E ao oitavo dia, descansou-se. Estamos adiantados em relação à nossa chegada a Bissau para apanhar a Sofia no aeroporto, e como precisávamos de fazer umas afinações no C. Quim, acabamos por passar o resto do dia em Saint Louis.

O dia começou com as muitas mensagem de preocupação pelo golpe de estado na Guiné-Bissau. Essa tensão contrasta com os momentos mais calmos e agradáveis desta viagem. O Senegal trouxe uma alegria aos sentidos de que já sentia saudades. Um azul no céu e manchas verde sobre a terra regalam os nossos olhos, enquanto os pássaros oferecem-nos os seus cantares, verdadeiras músicas para os ouvidos. O olfacto é que vai ter que esperar um pouco mais para ser mais feliz.

Há vida por todo lado. Inclusivamente nos olhos dos Senegalenses. Não quero dizer que não se vêm dificuldades. Vêm-se em todo lado, mas sente-se esperança. As crianças brincam e metem-se connosco. Uma delas disse que não havia noite em Saint Louis quando lhe desejei boa noite. Certamente para eu perceber que o dia ainda estava longe de terminar. À noite, o Jazz invade muitos dos bares da cidade.

No mecânico, muitos miúdos serviam de assistentes. Nos momentos de pausa ficavam a lamber as ferramentas de trabalho. A pistola de pressão de ar era a ferramenta mais desejada.

Viu-se muitos miúdos a ler na rua. Provavelmente leituras religosas. Um miúdo lia com tanto entusiasmo e intensidade que a qualquer momento pensei que ia invocar um demônio.

Mas o momento mais rico do dia foi o regresso dos pescadores à terra no final do dia. É um momento incrível por todo o movimento de cores que se gera. Regressar é muitas vezes o que mais se deseja depois de partir 🚑💕💕

PS: Se correr tudo bem, só há mais uma paragem até chegarmos à Guiné-Bissau.