Todas as pessoas são feitas de terra. E em todas as terras, fazemos caminhos. Caminhos são passagens rápidas entre pontos, mas também são separadores de espaços. Separar espaços é um pouco como caminhar; mas para trás.
Algumas pessoas são feitas com grandes quantidades de terra e outras são constituídas apenas por um punhado dela. Ser-se muita terra não implica ser-se muito caminho. Ser-se muito caminho não implica ser-se muita terra.
Neste caminho encontrei muitas pessoas feitas de terra, mas também de fogo, ar e água. Todas me ensinaram algo. Compreendi o valor do fogo da esperança, quando se fica atolado; do que representa a leveza do ar, da importância do que às vezes parece invisível, mas também de não construir sobre o vazio; e da força da água que está em nós e em tudo que vive, e cuja resistência nos surpreende constantemente.
Mas a maior lição que aprendi neste processo é que somos feitos da terra que tocamos. Daquilo que conseguimos alcançar quando esticamos a mão. Por isso, quero tanto ser feito da vossa terra, meus amigos.
Muito obrigado a todos. Faltam-me muitos agradecimentos e partilhar muitos momentos que com o tempo espero conseguir cumprir. Um agradecimento especial à Sofia da Silva, por tornar todos os caminhos especiais, e ao Rogério Cruzeiro por fazer caminho comigo, porque sozinho, nem ao Algarve chegaria.
Relembro que partimos amanhã, sábado dia 22 de Fevereiro e que gostaríamos muito que viessem dar um abraço e assinar o nosso Jeep C. Quim para nos dar sorte. Existirão duas partidas oficiais: uma de Viana do Castelo e outra de Gondomar.
PS: Só para que não haja dúvidas, não acredito na teoria de Empédocles que somos feitos dos quatro elementos clássicos. Hoje em dia, é preciso ter cuidado.
PPS: Na imagem não está todo o leite de substituição materno que foi angariado. É apenas uma parte do que seguirá nos próximos tempos para a Casa da Mamé Ussai em Catió.