Uma das tarefas, mas também um dos meus objectivos desta visita a Catió, passava por ir à ilha de Como. Chegar a Catió é uma tarefa dura, mas chegar a Como eleva a dificuldade para outro patamar. Para viajar até Como, foi preciso fazer uma hora e meia de piroga com motor e uma hora de motocarro (moto em que podemos ir na parte traseira do atrelado, também conhecido como quintal da moto).
Ao sair da piroga, os meus companheiros de viagem avistaram um Caimão. Eu, com os meus olhos impreparados para estas terras, nada vi.
Andar de motocarro é o meio de transportes mais interactivo que já utilizei. Temos que estar constantemente atento aos ramos das árvores para evitá-los e não sermos atirados para fora da viatura.
Para voltarmos de Como percebemos que não havia transporte para regressar porque ninguém queria fazer a viagem devido às terríveis condições do caminho.
Cá tem transporte, nu bai caminho de ferro.
Contrariamente ao que pode parecer, esta frase quer dizer que, se não temos transporte, vamos a pé. Assim, para regressarmos tivemos que caminhar desde o porto de Catchil, viajando em duas pirogas mais tradicionais e andando duas horas pela Bolanha (pântanos). Um pé ligeiramente ao lado e temos lodo até ao joelho, com alta probabilidade de perder um sapato. Caminhei pensando que este seria o único perigo.
Foi ao atravessar um rio na primeira piroga tradicional que me lembrei que preferia não saber dos Caimões.
Como nos últimos tempos tenho relaxado um pouco nos meus medos, pensei que andar de piroga tradicional deveria ser relativamente seguro. Até que vi um homem a cair ao rio.
Foi na segunda piroga que fiz a viagem com o meu centro de gravidade muito mais próximo do fundo.
Esta aventura quase ao nível do Indiana Jones é a que muitos meninos e meninas fazem para ir à escola e, depois, ainda irem trabalhar na Bolonha.
Podemos estar todos no mesmo barco, mas uns vão agarrados ao fundo enquanto outros vão mesmo ao fundo.