Diário #1: A chegada

A mensagem nas asas do avião era clara: "não pise fora desta área". No entanto, estou certo que por baixo da asa, a segunda parte da mensagem era a seguinte: "se o fizer não traga o seu mundo consigo".

Viajamos muitas vezes com âncoras que tornam imóveis a nossa forma de ver o mundo. Esta rigidez torna-nos prescritores de soluções para algo que não percebemos e juízes de tudo o não é conforme a nossa prescrição.

Cheguei ao Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira recebido por uma chuva tropical que me fez desejar uma muda de roupa, mas que não acontecerá porque as minhas malas não vieram para Bissau. Continuo sem notícias das malas (publicidade TAP). Certamente as malas preferem viajar por terra e mar do que pelo ar. No entanto, posso agora confirmar que a viagem do Porto para Bissau, faz-se de forma muito mais tranquila e rápida de avião do que conduzindo um carro pelo meio do deserto.

Houve um momento muito especial, praticamente no retorno à Guiné-Bissau, que foi voltar a conduzir o Jeep C. Quim (aka Dafia). No entanto, os 280 km de Bissau para Catió continuam a fazer-se de forma violenta, especialmente por terem sido feitos de noite. As estradas aqui não aproximam as terras, mas afastam-nas. A nossa viagem afastou-nos por quase 7 horas.

Estava tão cansado durante a viagem que comecei a ter visões 😅 Felizmente, quem conduzia era o Comandante Mohamed. Nestas visões vi prédios futuristas de vários andares muito iluminados junto à estrada. A parte dos prédios de vários andares não sei se é uma boa visão, mas a electricidade, essa alimentaria um dos meus Deuses dos próximos tempos: o frigorífico.

Mas estou muito bem e muito feliz por estar neste país de gente tão simpática e com quem temos tanto para aprender 🇵🇹🇬🇼

Obrigado a todos pelo constante apoio. Um abraço ❤

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